sábado, 9 de julho de 2011

O humor sem humor


         Ultimamente tenho percebido que o humor brasileiro anda meio sem graça. E descobri isso assistindo ao canal Viva, que reprisa programas como Viva o Gordo, Escolinha do Professor Raimundo, Chico Total e Tv Pirata. Percebi que dou muito mais risadas com esses programas do que com os humoristas da atualidade. Há anos atrás o humor não precisava apelar para palavrões e pornografia para fazer o público rir.  
            Um exemplo é o tal do stand up. Começou bom, mas agora é um monólogo cheio de preconceitos e pornografia sem limites. E até a justiça está se metendo nessa brincadeira sem graça. O Ministério Público de São Paulo pediu abertura de inquérito contra Rafinha Bastos, do programa CQC, devido a uma piada que ele fez em um de seus shows. A tal da piada era a seguinte: "Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço".
            Lindo não? Isso porque não foi a irmã dele ou a esposa que foi estuprada. E eu pergunto: isso é humor? Se alguém ta rindo disso precisa urgente sentar na cadeira de um analista para curar essa perversão. O problema é que com certeza ele foi aplaudido por ter feito essa grande e engraçada piada.
            Esses humoristas precisam aprender com Jô Soares, Chico Anysio e a turma que fazia humor de verdade. Por que isso de ficar transformando desgraça em piada não tem graça nenhuma.

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